Quando acordamos, percebemos que tal exposição um dia nos dada, não foi oportunidade, mas falta de sorte. Então você dirá de boca cheia
"mas eu não me arrependo de nada",
pensando que no fundo, poderia ter sido diferente se a vírgula tivesse ficado no lugar do ponto final.
Parece que uma noite de choros longos dos 364 que ainda nos restam é o fracasso encoberto por mágoas. Então, ao acordar com os olhos vermelhos e árduos, atribui isso a um drama imenso, justamente para fazer com que o sintam pena.
Falo de uma maneira superficial de ser. Talvez não seja superficial a palavra certa, mas abstrata. Assim como os sentimentos, que, por mais que tentamos, não conseguimos descrevê-los numa fórmula que se enquadre a todos.
Sempre pensamos que estamos de pé quando buscamos trocar o ódio pelo amor. Ingenuidade. E por mais que realmente se sinta capaz de suportar qualquer coisa, na verdade você só se adaptou a situação e espera uma nova cacetada. E por mais que o cérebro não aceite essa realidade, ela mostrará o simples surpreendendo-o. Pois erramos todos os dias, e é isso o que nos leva a capacitação. De ficarmos firmes. De ficarmos cada vez mais forte.
E não é tudo.
Por mais que vencemos as vezes, só há final de luta quando também nos finalizamos.
A verdade é que omitimos todos os dias, devido a criação de uma realidade vista como chateação, e é isso que nos faz tropeçar às esquinas.
Desprezo, hoje, quem me contrarie.
13 agosto 2010